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sexta-feira, agosto 30, 2002
Eleitorais IV Ciro Gomes exala algo de podre; tem em apenas um olhar mais desvios de conduta e caráter que em quinze governos do cleptomaníaco Maluf. Suas feições lombrosianas encontram reflexo perfeito e simétrico em seu falar. Tipifica o canalha autoritário, mandão, de que temos exemplos às pencas no Brasil. Sua família domina uma cidade no Ceará há centenas de anos, que provavelmente é mantida desde então no cabresto da seca, da pobreza e da ignorância. É o exemplo do que a direita brasileira tem de pior, como o são os Sarney, os Collor, os Magalhães e todos os outros senhores feudais que mandam e desmandam nesses sertões afora. Sua eleição, não canso de dizer, seria tão desastrosa para o país, ou mais, que a do Lula Lelé.
Eleitorais III Não tem jeito: agora sempre que vejo a Dra. Havanir, do PRONA, lembro disso aqui. Até esqueço que ela usa a quinta do Beethoven como trilha sonora.
Eleitorais II Por que será que nenhum dos integrantes desses partidos defensores da causa operária ("contra burguês, vote 16" ou "quem bate cartão não vota em patrão") é de fato operário? Por acaso quantos deles trabalham na construção civil, metalurgia, ou algo remotamente parecido? Nenhum. Tô pra ver um que me passe, ainda que de leve, a imagem de 'explorado'. Pelo contrário, o pessoal desses partidos são os mesmos estudantes e professores universitários de sempre, aqueles cansativos ranhetas que povoam os campi de qualquer faculdade brazuca. Manja aquele tipinho, "intelectual" de botequim da Vila Madalena? Branco, bem-nutrido, com aquela inconfundível aparência de quem tomou seu leite Ninho quando criança. Mas todos se acham sofredores, claro, afinal, "ralaram" muito pra chegar lá. Enquanto isso, onde estão os verdadeiros proletários? Cadê a massa de famintos que fará a revolução?
Eleitorais Horário político do PT. Locutor impostado: "Ninguém nasce pobre. Ninguém nasce bandido." Santa demagogia, Batman! E eu que achava que o bom selvagem havia morrido junto com Rousseau, há alguns séculos!
Quando os "oprimidos" oprimem Não dá pra entender o estardalhaço que a imprensa (não só brasileira como mundial) faz em torno dessa reunião de esquerdinhas chorões, agitadores profissionais, aspones e desocupados em geral, na África do Sul. Às vezes tenho a nítida impressão que esse pessoal das redações vive num mundinho só deles. É um espetáculo engraçado, mas me vem uma ponta de tristeza e indignação ao constatar que é dinheiro estatal, ou seja, financiado por pessoas como eu e você, de todos os países participantes, que está bancando todo esse circo. E o que de bom sairá de lá? Assim como o paradeiro da fede delle femine, nessun lo sa. Exigem um 'desenvolvimento sustentável', utopia infanto-debilóide e totalmente desnecessária, pois quando o bicho pega o próprio homem acaba se regulando. No dia em que o petróleo tornar-se um bem escasso, achar-se-á (gostaram dessa, amiguinhos? Não, não aprendi com tio Caetano) outro combustível para alimentar nossas máquinas e tocar nossas economias. Sempre foi assim, ao longo da história.
Mais engraçado ainda é ver o clamor desta mesma imprensa, e dos participantes desta reunião grotesca, RIO+10 ou qualquer mérida do tipo, pelo presidente do EUA ou algum representante direto seu. Como diz um dos editoriais da última Spectator, é um tanto incompreensível esperar que ele apareça em uma reunião cujo objetivo maior é humilhá-lo publicamente. Tá muito parecido com aquela outra "conferência contra o racismo", sic, não-coincidentemente também realizada na África do Sul, em que um bando de árabes e comunistas do mundo inteiro protestou contra a ausência das delegações americana e israelense, que queriam tanto espinafrar. E isso numa conferência CONTRA o racismo!
Meu grande amigo e mentor intelectual Salvador McNamara já tem um blog; vale a pena dar uma passada por lá. Outro que acaba de entrar no ar é o do Rafael Lima, meu companheiro de tantas indigestões. Muito bom poder voltar a ler, tanto ele quanto o Paulo Polzonoff, outro grande cara que foi salvo daquelas ruínas.
Flor de obsessão Alguém aí já viu quinze minutos do horário político? São suficientes pro mais ferrenho democrata considerar a eleição direta o maior erro da história da humanidade.
Tã-Tã-Tantã! Daria tudo pra saber se aquela corja do PRONA (o partido do Enéas Maluco) pagou direitos autorais a alguém pela versão da quinta sinfonia do Beethoven que utilizam como trilha de fundo do seu show de horrores no "horário político". Tá, tudo bem, sou ingênuo demais, você diz. É claro que não pagaram. Mas eu já sabia, isso foi um exercício de retórica - você não percebeu?
Uma coisa é certa: pobre Ludwig. Maior humilhação do que servir de trilha sonora pra Doutora (sic) Havanir é difícil imaginar. Ele, logo ele, não merecia isso...
Persona non grata Se você é daquelas pessoas que chamam o Jô Soares de "o Jô", a Veja São Paulo de "Vejinha" ou usa a palavra bárbaro quando quer elogiar algo, por favor se afaste de mim o mais rápido possível.
República dos Bananas Mais uma da série "palhaçadas da democracia brasileira": por que diabos partidos evidentemente inventados às pressas, com candidatos escancaradamente despreparados (nem tentam demonstrar o contrário) e que não apresentam chance alguma de ultrapassar os 0,003% de votos numa eleição, têm espaços gratuitos na mídia? Obviamente, esses candidatos (ou melhor, o espaço deles) acabam sendo comprados por candidatos de partidos grandes para atacar seus rivais. Um exemplo que tem me aborrecido ultimamente é um senhor bigodudo, de sotaque nordestino "arretado", Osmar não-sei-o-quê, do PAN - Partido dos Aposentados da Nação (sic, juro!). Seu horário é sistematicamente usado para agredir de maneira absurda ao candidato à reeleição ao governo de São Paulo pelo PSDB, Geraldo Alckmin; jamais este repulsivo senhor falou um ponto sequer de seu programa de governo, ou de suas intenções - tudo o que faz é agredir covarde e confusamente o atual governador do estado. Ainda não descobri só a mando de quem, se do PT ou do Maluf. Como é que são permitidas coisas assim? Assim como ele, existem dezenas de outros candidatos em meu estado e minha cidade, e centenas pelo Brasil afora, claramente subsidiados por alguns, apenas para serem usados como fantoches para agredir a outros. Alguém chama isso de democracia?
A verdade é que o Brasil ainda engatinha no sistema democrático. E, o que é pior, com o PT no poder, corremos o risco de esquecer o pouco que já aprendemos sobre ele.